Se você já foi turista, já deve ter se sentido só mais um no meio da multidão de pessoas que fotografam a mesma cena, o mesmo lugar. Em meio a uma viagem, um pensamento sobre a forma como as pessoas se relacionam hoje com a obtenção de imagens me fez pensar: Quem não assume o papel de fotógrafo em algum momento do dia, do mês, do ano? Imagens são cada vez mais fáceis de obter, e câmeras pequenas convivem com grandes lentes e até microcelulares. Mas todo mundo registra, todo mundo quer guardar. Anotar não. Guardar na memória, talvez. Mas é tão mais fácil dar um clique e armazenar no arquivo digital para não correr o risco de perder o que se viu, não é? Achei incrível ficar observando a postura que as pessoas assumem no papel de fotógrafo. Como interagem com a câmera, como a carregam e em que momentos elas são sacadas. Existe uma banalização da imagem? Pode ser, mas também existe um aculturamento visual, todos experimentando enquadrar, selecionar, dar valor a determinados aspectos como a luz, a textura, a cor. Acredito que o mundo vem ficando e vai ficar cada vez mais enriquecido por um olhar fotográfico. Não que todas as fotos sejam boas, a maioria pode ser ruim ou superficial, mas todos os fotógrafos, amadores ou não, criam uma nova forma de se relacionar com as imagens.
FOTOS DE PAULA LANGIE